Regresso. A
minha ausência foi longa. Estive ocupada a adaptar-me. Foi difícil. Já está. Um
mês foi suficiente para me adaptar: novos horários; novo meio de transporte; estágio;
novas pessoas. Será na realidade um mês o tempo suficiente, para um jovem que
deixa a vida académica e passa para a realidade de um estágio, se adaptar?
O local de
estágio é ótimo. Gosto de estar por lá. Gosto do que por estes dias, estou a
fazer. Uma sensação de alívio invade o meu espírito, escolher um curso que não
gostasse de exercer, era frustrante. Gosto dos meus colegas, maioritariamente
mulheres, senhoras donas do seu nariz, que me receberam e me integraram muito
bem. Talvez isso tenha acontecido porque, não há possibilidade de lhes tirar o
cargo que ocupam, logo, não sou ameaça. No fim de 400 horas digo: Adeus!
Coordenar
horários foi difícil. Hora para entrar e sair para almoço, regressar e sair, regressar
apenas no dia seguinte. Desde os meus bons, saudosos e velhos tempos de
Secundário, que não andava às voltas com autocarros. Em comum temos um problema
de entendimento, falha de comunicação, não sei. O autocarro, máquina enorme que
toda a gente perde, não entendo, tão grandes e ainda assim, fácil perdê-los.
Estas máquinas ou chegam mais cedo, que a hora prevista e eu tenho de apanhar o
próximo chegando atrasada, ou eles chegam mais tarde, consequentemente chego
atrasada. Hoje correu bem! Amanhã logo se vê.
Frequentar este
meio de transporte faz-nos entrar no quotidiano de tanta gente e toda essa
gente entra no nosso. As mesmas caras que vemos diariamente, remete-nos para
mais um dia ou semana de rotina, mas também são essas mesmas caras que, nos
cumprimentando com um sorriso, tornam o dia mais agradável.
Crise,
futebol, tempo meteorológico ou filhos são os assuntos mais abordados num
viagem que se espera curta, em que, quem fala, acha que fala só para a pessoa
em questão, porque ninguém aparentemente se parece importar com o que está a
ser digo, mas com toda a atenção possível, lá se subscreve ou não a ideia em
discussão.
Uma viagem
Vila de Ponte – Guimarães de 10 minutos pode juntar no mesmo autocarro, um
conjunto de pessoas de todas as gerações. Cada um com a sua personalidade,
valores, experiências, vida profissional e sentimental. Podemos imaginar, o que
essas pessoas fazem, a partir do momento que abandonam o autocarro, mas
certezas nunca vamos ter.
Bom dia ou
boa tarde são as palavras mais ouvidas e ditas por muitos, nem por todos. Toda
uma correria, toda uma rotina, por mais stressante que seja, e cansaço nos
traga, a realidade é que marca mais uma fase da vida, uma experiência e é com
elas que evoluímos como pessoas. Um alerta para que neste mundo somos nós e
mais uns milhões e com o outro do nosso lado, aprendemos e ensinamos sem nunca dar
por isso.